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VOCÊ VIU UM POKÉMON POR AÍ?

Pokémon é um jogo virtual em que os participantes, usando seus celulares, capturam bichinhos que se escondem pelos cantos da cidade. Eles podem estar em qualquer lugar e são detectados pela vibração no referido aparelho eletrônico. Esse é o momento e quem consegue a façanha ganha pontos de experiência e aumenta sua coleção. O jogo é a maior sensação principalmente nas grandes cidades. Aglomeração, correria e agitação pelas ruas podem significar a presença de um Pokémon na área. É a modernidade, são os novos tempos, porém é bom saber que nada disso é novidade. A ideia foi copiada.

Há alguns anos, e não muitos, a criançada já brincava de capturar Pokémons, apenas usava outro nome. O brinquedo chamava-se “Chicotinho-Queimado” e em algumas regiões “Caça-Varinha”. Um dos participantes escondia uma varinha ou um objeto qualquer e as outras crianças começavam a procurar. Quem encontrava o objeto tinha o direito de escondê-lo novamente e assim prosseguia a brincadeira. Como no jogo atual, valia habilidade e sorte para ser o vencedor. Outro ponto em comum é que no Pokémon usa-se as Pokébolas para facilitar a captura, e no Chicotinho-Queimado usavam-se dicas como “Tá frio”, “Tá morno” e “Tá quente” indicando ou não proximidade.

Como disse, nada há de novo. Aliás, posso até contribuir com os internautas na confecção de outros jogos virtuais, lembrando a eles várias brincadeiras do meu tempo de criança. Havia a “Gincana”, onde as pessoas cumpriam tarefas previamente determinadas. As equipes eram formadas, e até uniformizadas, e saíam pelas ruas para executar o feito em menos tempo possível. Outra interessante era o “Salva-Latinha” que consistia no seguinte: uma latinha era jogada o mais longe possível e, nesse ínterim, os participantes se escondiam pelas imediações. Alguém ia buscar o objeto, colocava-o num local combinado e saía à procura das outras crianças. A latinha era batida repetidas vezes ao chão quando alguma delas era encontrada. Divertido era o “Pega-Bandeira” onde havia dois times, cada um defendendo seu estandarte. O negócio era atravessar o campo adversário e capturar a bandeira inimiga sem ser pego. Na brincadeira “Barra-Manteiga” havia também duas equipes. Os participantes de uma delas ficavam enfileirados com a palma de uma das mãos virada para cima. Alguém da outra fila passava tocando levemente as mãos estendidas. Repentinamente batia mais forte em um adversário gritando o nome do jogo e corria de volta à sua turma antes de ser pego. Bom também era o “Passa Anel”. As crianças sentavam-se em círculo com as mãos unidas, como numa prece. Um dos participantes passava suas mãos, também unidas e contendo um anel, entre as mãos de todos. Numa delas deixava cair o objeto do brinquedo. No final, tentava-se adivinhar onde estava o anel, que era quase sempre encontrado com a pessoa que se tinha mais simpatia.

Há uma lista enorme: Feijão Queimado, Corre Cotia, Cabo de Guerra, Escravos de Jó, Dança das Cadeiras, Gatinha Parda, Nós Quatro e várias outras. Pois é, a modernidade nada tem de novo. Copia-se hoje o que ontem era bom. Você viu um Pokémon por aí?

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