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SAUDADE DA POLÍTICA

Olha, eu tenho que confessar: estou com saudade da política. A gente fala mal, diz que não gosta do assunto, que os políticos não prestam, que está cansado de sofrer, que não aguenta mais ser enganado e muitas outras coisas. Diz até que política é uma maneira legal para cometer atos ilegais, mas a gente fica esperando ansiosamente passar os quatro anos para viver outra vez o momento das eleições. É como a Copa do Mundo de futebol. Sabe-se que a nossa seleção não é a mesma, que vamos perder de sete, mas vivemos contando os dias para sentir novamente aquela emoção.

É isso aí. Sei que, quando chegar a época, vão aparecer os aproveitadores, aqueles que vivem de favores oferecendo em contrapartida seu apoio. Sei que surgirão os pretensos candidatos somente com a pretensão de vender caro suas desistências. Sei que acontecerão os acordos, as negociações de secretarias, a lista prévia de assessores, o nepotismo, a compra de votos, o desvio de verbas e as famosas farras custeadas pelo dinheiro público. Muitos políticos que se odiavam no pleito passado estarão trocando abraços em novos palanques. Sei que pessoas espertas estarão à frente do processo, enquanto as chamadas pessoas de bem continuarão indecisas se participam ou não, temendo sujar o nome ou coisa parecida. Sei de tudo isso, no entanto reconheço a atração da política sobre a minha e à maioria das pessoas.

Estou com saudade da política, como muitos estão. Até aqueles que se dizem enojados com o meio esperam com ansiedade as eleições, mesmo que seja apenas com o intuito de ter mais alvos para suas críticas. Estão loucos para verem espalhados por aí os “santinhos” com nomes e rostos exóticos - alguns fazem até coleção. A cidade sente falta daquela agitação, daquele clima de festa, do barulho dos foguetes, das músicas exaltando qualidades quase sempre duvidosas de políticos e partidos, dos barulhentos carros de som, das bandeirolas, dos comícios, dos debates, dos panfletos apócrifos, das carreatas, dos apertos de mãos, das brigas, dos apuros da apuração de votos.

E esse momento está chegando. Está logo ali depois da virada do ano. É só esperar Papai Noel distribuir seus presentes que surgirão os pré-candidatos. E mesmo que as costumeiras manobras apareçam, mesmo que a vontade do povo não seja ouvida, mesmo que o vencedor não assuma, estou contando os dias para começar tudo de novo. Perder ou ganhar, pouco importa. Como diz Roberto Carlos “... se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.” Até lá.

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