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UMA ALUNA CHAMADA ROSA

Ela foi minha aluna. Assimilava o conteúdo e retribuía com seu sorriso, sua amizade, sua alegria. Eu a apelidei de Poetisa, pois escrevia alguns versos, impulsionada por uma enorme sensibilidade. Ela sempre me mostrava uma ou outra composição. Rosa Maria da Silva Martins, a poetisa Rosa.

Buriti Alegre, a cidade natal. Lá conheceu e se casou com meu amigo João Martins. Alguns anos depois, mudou-se para nossa cidade. Aqui foi manicure, merendeira escolar, funcionária do INSS e supervisora hospitalar do Município. Em qualquer desses ofícios, atendia a todos com carinho e satisfação, sempre apoiando as pessoas mais humildes. Essa dedicação foi reconhecida e demonstrada por todos que a elegeram vereadora. Quando se aposentou, a poetisa Rosa foi morar na fazenda, dedicando-se à fabricação de queijos e doces, tal como Cora Coralina que também era doceira.

Seu esposo, filhos e netos eram a sua maior riqueza. Cuidou de todos até o último dia, sem deixar nada faltar. Na cidade, todos nós admirávamos o amor que havia entre Rosa e João Martins. Era mesmo um amor verdadeiro. Nas ligações telefônicas, ele a chamava de “minha Flor” e, carinhosamente, ela respondia: “Oi, meu Guacho”, referindo-se àquele pássaro preto de bico amarelo.

A poetisa Rosa lutou muito, mas sabia que o dia de ir embora estava próximo. Sempre dizia estar preparada esperando Deus chamar. Ela viera de Deus e iria voltar para Ele um dia. Vá, poetisa Rosa, ficaremos com seu eterno sorriso e sua dolorosa saudade. Esta é a nossa homenagem...

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