Na língua portuguesa, presentear é o verbo que mais se aproxima do verbo amar. Somente quem ama se dispõe a usar de seu tempo para escolher um objeto ideal capaz de demonstrar todo o sentimento que se tem guardado no coração. Somente quem ama reserva uma fatia de sua vida para entrar e sair sorridente de uma loja com o embrulho nas mãos. Simples ou não, de valores diferenciados, esses embrulhos têm o poder de mudar o mundo à volta das pessoas. Na verdade, presentear é demonstrar em dobro o amor que se sente.
Pais, filhos, amantes, amigos... todos desmancham o mesmo sorriso ao serem lembrados. Natal, Ano Novo, aniversários, dias disso, dias daquilo. Nosso calendário é bem generoso. Aliás, aqueles que nos criticam por termos em nosso País muitas datas comemorativas não sabem a importância de um dia inteiro ao lado das pessoas que se ama. Ainda mais se esse dia for abençoado com a oferta ou o aceite de um presente. Eis aí o segredo maior do ato de presentear: não há diferença entre dar e receber. A atitude faz felizes os dois lados igualitariamente, verdadeiramente... Presentear é doar-se também, é se entregar junto ao embrulho.
E o melhor presente é aquele oferecido espontaneamente, sem consulta ao calendário, sem prisão às datas, sem espera do momento marcado. Esse ato sublime não pode se reduzir apenas aos dias circulados na folhinha. Nestes, a lembrança também é bem-vinda, mas a livre atitude de um presente esporádico leva consigo a emoção da surpresa, a pureza que descarta a obrigatoriedade, a certeza de que naquele embrulho, entre as cores vivas do papel, não vai enrolada a retribuição por um outro recebido anteriormente.
O verbo presentear precisa ser melhor conjugado por todos nós. Em todos os tempos, modos e pessoas. Presenteie aqueles a quem você tem apreço. E seja feliz!