A dupla acusada pelo tríplo homicídio e a arma do crime
A Delegacia de Polícia de Bom de Goiás concluiu as investigações sobre a Chacina na Fazenda Rio dos Bois, zona rural do município de Porteirão, ocorrido no dia 25 de abril de 2014, onde após comunicação de familiares foram encontrados os corpos de Eudite Maria da Silva Martins (45 anos), Wallison Martins Santos (16 anos) e José Silva Oliveira (54 anos) no local, vítimas de disparos de arma de fogo, tendo sido poupado um bebê de apenas 5 meses que fora encontrado vivo entre os cadáveres.
As investigações tiveram início sob a coordenação da Subdelegacia de Polícia de Porteirão, sendo que em meados do mês de julho o inquérito foi transferido pela 6ª Delegacia Regional de Itumbiara para a Delegacia de Bom Jesus (que responde por Porteirão) para que tal unidade, através de seu Delegado Daniel Gustavo Gonçalves Moura e equipe, dessem continuidade as investigações.
Concluídas as diligências que estavam sendo feitas desde então, foram presas por ordem Judicial emitida mediante representação da Polícia Civil, as pessoas de Sinval Ferreira da Silva (30 anos), vulgo Barriga, e Carlos Leandro Gomes Balbino (29 anos), vulgo Zé Preto.
Segundo a Polícia, ambos confessaram o crime, dizendo que foram até a fazenda na manhã do fato com o intuito de roubar gado, após Zé Preto, que conhecia a localidade ter chamado Barriga, que ficou encarregado de arrumar comprador para os animais que seriam ali subtraídos.
Ambos, na época moradores de Castelândia-GO, foram até o local em uma moto que Barriga havia pego emprestada, desceram na porteira que dá acesso à fazenda, que estava trancada e foram a pé até a sede, que fica a cerca de 1 km.
Os criminosos chegaram à sede da fazenda por volta das 06:00hs da manhã, tendo Barriga ficado escondido próximo à casa e Zé Preto ido conversar com José Silva de Oliveira (popularmente conhecido como Dedé) para distraí-lo.
Enquanto Zé Preto, com a desculpa de que o carro tinha atolado, estava pedindo ajuda para José Silva, Barriga tentou entrar na casa, mas foi visto antes por Eudite que entrou e trancou a porta.
Para destrancar a porta, Barriga utilizou-se de uma faca para quebrar uma janela de vidro ao lado da porta e destrancá-la, rendendo Eudite, o filho dela Wallison e a neta Valentina, um bebê de menos de um ano de idade, que já estavam dentro da casa.
Segundo Barriga, ao entrar, Eudite teria dito “eu já sei o que vocês querem” e mostrou a ele onde estava uma espingarda calibre .20 e munições. De posse da arma, Barriga rendeu mãe e filho e saiu da casa, indo ao encontro de José Silva e Zé Preto, rendendo a vítima.
Tanto Zé Preto quanto Barriga estavam vestindo blusas de frio com capuz, mas, mesmo assim, José Silva reconheceu Zé Preto, haja vista que ambos eram de Castelândia e Zé Preto, cerca de 10 (dez) anos atrás, já havia morado em uma fazenda que um tio tomava conta, vizinha à fazenda onde estavam tentando roubar o gado.
Os moradores da fazenda foram levados para dentro da casa, ficando sob a custódia de Zé Preto, enquanto Barriga se comunicava com o futuro receptador do gado para que buscasse os animais que só assim poderiam ser recolhidos no pasto da propriedade, que pertence a um grande empresário de São Paulo-SP.
No entanto, segundo Barriga, o receptador não pode ir até a fazenda naquele momento e teria dito que não ficaria com o gado, situação que inviabilizaria a consumação da subtração das reses. Barriga ainda tentou encontrar outros compradores para os animais que pudessem buscá-lo na fazenda, no entanto, como estava em cima da hora, não encontrou ninguém.
Apesar de não poderem mais levar o gado, Zé Preto e Barriga resolveram matar José Silva, Eudite e Wallison, para não deixar testemunhas sobre a tentativa de roubo. Barriga levou José Silva até um barracão a cerca de 200 m e o executou com um tiro na nuca.
Após executar José Silva, Barriga voltou para a casa e entregou a arma para Zé Preto que executou Eudite e Wallison, deixando apenas a criança viva na cena do crime. Após matarem, os criminosos foram até a porteira na motocicleta de José Dias, a deixaram no local e foram para Castelândia na outra moto que havia deixado próximo à porteira, escondendo a arma em um matagal próximo em uma estrada de chão próximo à BR 452.
Os dois autores do delito foram presos e a arma subtraída na fazenda no dia do crime e usada para matar as vítimas foi apreendida. Os mandados de Prisão Temporárias foram devidamente cumpridos e agora a Polícia Civil representará pela conversão em Prisão Preventiva.
A dupla responderá por latrocínio e se condenados podem receber pena mínima de 60 anos cada um sendo a máxima 90 anos.