Michelle Rabelo
Com período e funcionamento diferenciados, o Vazio Sanitário do Tomate em Morrinhos vem causando dor de cabeça aos produtores do município. As queixas foram apresentadas na manhã desta quarta-feira (7) durante reunião na sede da Federação da Agricultura Pecuária de Goiás (Faeg). Na ocasião o diretor de uma das principais indústrias de Morrinhos, a Dez Alimentos, explicou como a diferenciação das datas de início e fim, e a divisão do município em duas microrregiões, afeta a produtividade morrinhense da fruta.
Nazir Rosa foi recebido pelo gerente de assuntos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes, pelo consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, Cristiano Palavro, e por uma comitiva da Agência Goiana de Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que ouviu as reivindicações do representante dos produtores de Morrinhos e disse concordar com a revogação da Instrução Normativa Nº 002/2008, o que insere o município ao mesmo cronograma – com os mesmos mecanismos – do restante de Goiás. O argumento de Nazir, que foi à Faeg acompanhando do engenheiro agrônomo da empresa, Lucas Lima, é que como as microrregiões são muito próximas e as datas de plantios são alternadas entre as duas microrregiões a cada ano, a Mosca Branca consegue transitar entre as lavouras.
Representando a Agrodefesa, estavam presentes Cresio Gomes, João Carlos Kruel, Ivan José Mendonça, Márcio Antônio de Oliveira e Rubens da Silva. Também participou da reunião o presidente da Comissão de Irrigação da Faeg, e produtor de tomate, Eduardo Veras. Para ele, e importante buscar parcerias e melhorias com foco na sustentabilidade da cadeia produtiva.
Depois da reunião, ficou definido que a Faeg vai encaminhar ao presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira, uma solicitação para alterações na Legislação Fitossanitária referente ao Vazio Sanitário do Tomate em Goiás. Assim, Morrinhos ficará também sob o regimento da Instrução Normativa 006/2011, válida para todos os demais municípios goianos, ou seja, com plantio de 1º de fevereiro à 30 de junho.
De acordo com normativa federal, discussões em torno de eventuais problemas devem ser realizadas com órgãos fiscalizatórios, produtores, indústrias de processamento e todos os demais envolvidos no processo. “Temos que discutir e estamos aqui discutindo. Agora é preparar o documento, analisa-lo, assiná-lo em conjunto e seguir em frente sempre buscando o melhor para o produtor”, disse Cresio Gomes, da Agrodefesa.
Entenda o caso - Nazir Rosa explicou que em um primeiro momento, Morrinhos solicitou junto à o zoneamento do plantio de tomate, o que resultou na divisão do município em duas microregioões e estipulou o Vazio entre 15 de fevereiro e 15 de abril – para a primeira região – e entre 15 de abril e 15 de junho – para a segunda região. “Mas com o passar do tempo podemos ver que essa não foi a melhor decisão.
Não foi erro de ninguém. Mas agora que detectamos os possíveis prejuízos, temos que pedir ajudar e aqui na Faeg, junto com a Agrodefesa, é o melhor lugar”, explicou.
Nazir aproveitou a oportunidade para levantar a questão da definição de que nos municípios de Morrinhos, Itaberaí, Turvânia, Cristalina, Luziânia, Silvânia, Vianópolis, Palmeiras de Goiás, Piracanjuba e Goianésia, o plantio de tomate tutorado também deve respeitar o calendário de plantio do tipo rasteiro – previsto no Artigo 5º da Instrução Normativa 006/2011.
Ele destacou ainda que o município de Morrinhos é considerado o 2ª maior produtor de tomate industrial do estado. Com isso, boa parte da colheita é negociada com as indústrias da própria região. No local, os frutos passam pelo sistema de classificação, esterilização, limpeza e, logo em seguida, viram polpa para produção de catchup, extrato, molho e outros produtos.
Faeg e Senar GO engrossam coro de alerta aos suinocultores
Diante da representa-tividade econômica da suinocultura em Goiás, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás engrossam o coro de alerta aos criadores que já atendem aos mais rigorosos padrões sanitários da atividade, exigidos inclusive pelos mercados consumidores interno e externo. As duas entidades trabalham junto à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) para conscientizar os produtores quanto à importância de avisar sobre o aumento da mortalidade de suínos em suas granjas.
Enquanto a Comissão de Suinocultura da Faeg segue se reunindo e apoiando todas as ações que buscam manter a saúde do rebanho goiano, o Senar Goiás já inseriu em seus cursos e treinamentos as orientações para quem cria e tira da atividade sua renda. Já a Agrodefesa trabalha com os produtores rurais e instituições públicas e privadas operacionalizando o Programa Estadual de Sanidade dos Suídeos (PESS).
Toda essa preocupação é devido às exigências previstas nas normativas internacionais da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), que se cumpridas podem resultar no reconhecimento de Goiás como área livre da Peste Suína Clássica em âmbito mundial. Tal reconhecimento já existe nacionalmente. “Assim, passamos a ter acesso a novos mercados, o que antes não era possível. A busca por esse reconhecimento também é o objetivo de muitos outros estados, além de Goiás”, argumenta a assessora técnica para a área de Pecuária de Corte da Faeg, Christiane Rossi.
A orientação da Agrodefesa é para que o produtor comunique à entidade sobre o aumento da mortalidade da seguinte forma:
- Acima de 2% nos últimos 30 dias em reprodutores
- Acima de 15% nos últimos 30 dias em leitões de maternidade (até o desmame)
- Acima de 7% nos últimos 30 dias em leitões de creche (do desmame até 70 dias de idade)
- Acima de 9% em leitões de terminação (dos 70 dias de idade até o abate)
A coordenadora dos cursos ligados à suinocultura do Senar Goiás, Samantha Andrade, explica que nos cursos tipo Suinocultura de Produção de Leitões e Suinocultura de Terminação, além de todos os módulos ligados ao Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), o discurso de conscientização é abordado. “Nós sempre frisamos a importância de manter os órgãos responsáveis pela fiscalização a par do que acontece na propriedade. A mortalidade em grande escala mostra que algo está errado no indicativo sanitário do estado”, pontua.
Caracterizada como “patrimônio goiano”, a suinocultura tem ocupado cada vez mais espaço na economia estadual. Atualmente, Goiás é o 6º maior produtor nacional, possuindo um rebanho de aproximadamente 1 milhão e 700 mil cabeças.