Catherine Moraes
Com o intuito de conseguir a Certificação de Zona Livre da Peste Suína Clássica pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE), Goiás continua se mobilizando e participa, nesta quinta-feira (19), de uma reunião nacional em Curitiba (PR). Atualmente, o Estado ocupa o terceiro lugar no quesito exportação de carne suína do país e conta com mais de 100 mil fêmeas, apenas em Goiás. Por enquanto, o certificado ainda não é exigido, mas a tentativa de consegui-lo é uma forma de precaução para o que pode ser o próximo passo da OIE. Isto porque a meta do Governo Federal é que 14 estados brasileiros recebam a certificação internacional até 2016.
Na última sexta-feira (13) e na terça-feira (17), os representantes da cadeia produtiva se reuniram em Goiânia. Entre os presentes nos dois encontros estavam: o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz; presidente da Comissão de Suinocultura da Faeg, Iuri Pinheiro Machado; presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo; superintendente executivo de Agricultura, Antônio Flávio de Lima; presidente do Fundepec Goiás, José Magno Pato; gerente da superintendência da Agricultura, Uacir Bernardes; superintendente do Mapa em Goiás, Francisco Carlos de Assis e supervisor do Sistema Produtor de Leitões da BRF em Goiás, Edilson Dias entre outros.
Bartolomeu Braz acredita que o ideal para Goiás e para o Centro-Oeste é que a movimentação e a certificação fossem feita em bloco. “A decisão passa por técnica e política. A certificação em bloco minimiza nossos custos e facilita quando o assunto são as barreiras físicas. Apesar disso, Goiás está mostrando que tem condições de tentar a certificação sozinho e se for necessário vamos fazer nossa força tarefa já que o mercado de suínos em Goiás é bastante representativo. Para isso, claro, vamos precisar de apoio dos governos estadual e federal”, completou.
O vice-presidente da Faeg continuou, afirmando que a Federação, como representante dos produtores goianos defende que o estado busque esta certificação para garantir as exportações, gerando renda aos produtores e movimentando a economia do país.
Supervisor do Sistema Produtor de Leitões da BRF em Goiás, Edilson Dias, afirmou que apenas na empresa são abatidos mais de 135 animais por mês. “Goiás possui 100 mil fêmeas. Destas, 72 mil são da BRF. Nacionalmente representamos um mercado forte. Goiás já tem certificação para Rússia e China e não foram processos fáceis. Hoje a peste suína não está em foco, mas a situação pode mudar”, finalizou.
Trabalho realizado
A fiscal agropecuária e coordenadora do Programa Estadual de Sanidade de Suídeos da Agrodefesa, Poliana Junqueira apresentou dados referentes às ações da agência durante o ano de 2014. No total foram 3.925 ações realizadas comparadas a 991 em 2013. Neste ano, em apenas dois meses já foram 312 ações.
No quesito inquéritos soroepidemológicos, foram 320 criatórios amostrados e 1.928 amostras colhidas, todas negativas. “Outra ação importante na qual Goiás se destaca é no monitoramento de javalis. Nós fechamos parceria com Ibama, Exército, Clubes de Tiros, Universidade Federal de Goiás (UFG) e caçadores. Já treinamos 17 pessoas que agora trabalham de forma voluntária nos ajudando com as amostras de javalis e graus de cruzamento”, completou.
Por fim, Antônio Flávio acenou também para a reativação do Comitê de Sanidade e da necessidade de o bloco Centro-Oeste trabalhar, cada vez mais, de forma coletiva, com reuniões distribuídas ao longo do ano.