Feliz Natal e Próspero Ano Novo! De novo?
Parte II: Papai Noel Existe?
Recentemente, em uma reunião de pais em uma escola o Pastor contou a história do vendedor de balões: De vez em quando ele soltava um balão, e ele voava, para atrair as crianças para comprar os seus balões. Soltou balões de várias cores, branco, amarelo, azul, verde, vermelho e continuou com um balão da cor preta atado ao braço. Perto dele, um menino negro indagou:
– Se o senhor soltar o balão negro, ele também voa?
Entendendo o raciocínio do menino o homem cortou a linha do balão negro, que também voou. Então o vendedor disse ao menino:
– É claro que ele voa, não importa a cor, o que importa é o que está dentro.
Isso talvez sirva para ilustrar a figura do Papai Noel. Ele não existe e pode existir, até mesmo o ano todo, depende de quem raciocina.
Tal como a imagem adotada especialmente para fins comerciais, ou com as renas voadoras, barrigudo, de roupas vermelhas e de barba branca, assim não existe. Mas há quem o espera o ano todo e quando chega à hora encontra-se com ele, sem barbas, barrigudo ou não, ou nem mesmo vê, só sente, porque ele é uma crendice boa, para se contrapor com as lendas de Frank Stein, Drácula, ou mula-sem-cabeça.
Ao tempo que as assombrações ou tais mitos servem para amedrontar os que neles acreditam ou temem mesmo os seres abstratos, o bom velhinho é só um sentimento que pode habitar o coração de qualquer um, porque depende da inocência de quem crê e na vontade dos outros, em manter vivo o mito.
O Papai Noel só vive na fé, na bondade de quem quer aproveitar-se do mito para fazer o bem, é apenas um motivo para embalar sonhos.
Em verdade, ainda que os presentes não sejam colocados nas meias deixadas nas janelas, ou embaixo da cama ou da árvore enfeitada, ainda que sejam, apenas oferecidos, por um estranho ou não, a alguém que esperava tal gesto, significa apenas que o benfeitor quis valer-se da oportunidade para dar um pouco de alegria a outra pessoa e não que seja ingênuo o suficiente para acreditar na existência do Ente, em sua forma física, mas que é emocionalmente suscetível a gestos de bondade.
Que se passa por Papai Noel o faz em homenagem à simbologia, externando a inocência e a piedade que traz dentro de si e, por isso, acredita meramente no “espírito natalino”.
Aliás, em comparação até imprópria, os olhos físicos ou o costume sempre nos guia para a solução comum e mais apregoada. Esperamos em muitas ocasiões, nos momentos de dificuldade, a ajuda de Deus através de seus anjos. Imaginamos como “anjinho” o garotinho loiro de olhos azuis e cabelos encaracolados, quando na verdade não é assim.
As Divindades são fugidias e se manifestam de forma discreta e silenciosa, por isso pode ser uma chuva que afugenta o perseguidor ou que faz frutificar a plantação, um animal que lhe ajuda em uma tarefa, uma planta que lhe dá abrigo, ou uma pessoa que lhe ajuda, uma oportunidade, ou uma benção que quase passam despercebidos.
Assim é que cada um tem de pensar em seres abstratos, inventar e reinventar o Papai Noel ou destruir o mito a cada dia, agradar ou não às divindades com os nossos atos, passarmos por anjos ou arcanjos dependendo das nossas obras.
E aí, o que você dirá na véspera e no próprio dia vinte e cinco de dezembro de dois mil e doze e no início de dois mil e treze, estará ou não, ainda, com algumas pendências para resolver? Você é um anjo, ou um arcanjo?
Ah! E por me lembrar de perguntar, você acredita em Papai Noel?
Filemon Santana Mendes, advogado e presidente da OAB Subseção Goiatuba