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CULTUROTÍMETRO

CULTUROTÍMETRO

Quero aqui usar esta palavra como forma de expressar ou criar uma condição ou meio de mensurar ou medir o nosso grau de cultura, daí: culturo ser indicativo de cultura, e, tímetro ser uma forma ou condição de mensuração, se é que a cultura pode ser medida, caso contrário, creio que poderá ser sentida ou avaliada. Mas, porque falar de cultura? Pelo fato de observarmos a nossa cultura dia após dia passando pelo processo de aculturação e de endoculturação. A nossa cultura esta meio estagnada, parece estar retrocedendo e tem sofrido influências de outras, pouco se alavanca.

Existem povos milenares que mantém sua cultura quase intácta, mesmo hodiernamente vivendo no período pós-modernidade não se contaminam tanto com os costumes atuais, ao contrário do Brasil que tem pouco mais de 500 anos de idade e sofre até hoje em seu processo cultural, visto que parte de nossa pseudo cultura fora empurrada goela abaixo pelos nossos invasores, ou seria colonizadores? De alguns herdamos, por exemplo, a cultura da corrupção, que tem assolado nosso país até hoje. Somos o povo mais miscigenado da terra, e, portanto, sofremos entraves culturais.

Acredito que a cultura pode ser observada através de vários fatores, como por exemplo: pela literatura, artes plásticas e cênicas e até mesmo pela política, visto que esta é uma arte, sendo imprescindível aos seres humanos, obviamente quando levada a sério e os resultados eficazes e eficientes cobrados pelos eleitores, através de uma participação mais ativa. Mas, quero aqui chamar a atenção para um detalhe, ou um prisma pelo qual poderíamos observar e tentar usar como fator de mensuração da nossa cultura. Quero falar da música, visto que esta tem um poder incrível de influenciar pessoas, pois, temos a musicalidade como fator inato. Algumas músicas são ícones da humanidade e inclusive tornaram-se verdadeiros hinos até mesmo de conscientização política de certos povos, no Brasil cantores foram extraditados por usarem a música como instrumento para exteriorizar a insatisfação de todos nós. Muitas das músicas que somos obrigados a ouvir hoje em dia são descartáveis e ainda bem que não se tornarão clássicos, digo que somos obrigados a ouvir tendo em vista que alguns, os que sofrem da síndrome do pavão, ainda insistem em rodar pelas cidades com o som de seus carros em alto volume, não se importando com o dia, hora e lugar. Apesar de a música ter a capacidade imperativa de contribuir para a melhoria até mesmo da cultura de um povo, podemos observar que em nosso país, está sendo uma verdadeira vilã no processo indo contra a maré ou na contra mão de direção, achatando e arrebentando com nossa cultura. Alguns compositores e cantores atuais estão maldizendo nossos costumes, assassinando nossa gramática e empobrecendo nosso vernáculo. Há um estilo musical que faz isto muito bem, a saber: o FUNK, (será que sua origem vem de FUCK YOU?) com suas letras grotescas de extremo mau gosto denegrindo inclusive e principalmente algo sagrado deixado por Deus aos seres humanos, o sexo ou a prática sexual, chamando as mulheres de cachorras entre outros adjetivos e o pior que muitas gostam. A porcaria do funk contaminou de forma malévola até a música sertaneja, antes cantada em versos e prosas remetia-nos às nossas origens, hoje sofre com a influência do chamado sertanejo universitário. Nada contra a mistura de estilos musicais, muitas músicas ficam muito boas quando misturados os rítimos, porém, o sertanejo e o funk são misturas que aos meus ouvidos não combinam. Onde quer que estejamos somos massacrados por este estilo musical, que fala de sexo de forma deplorável, ridícula, banal e vulgar. Sexo deveria ser assunto comum, tratado sem tabus e sem falso puritanismo ou preconceitos, mas, com respeito e sem sordidez. Temos pouquíssimos audiofilólogos em nosso país, apreciadores de: Bach, Mozart, Beetoven, Tchaikovsky na música clássica, por exemplo, e tantos outros internacionais como: Mercedes Sosa, Sarah Britney, Andrea Bocelli e muitos e muitos brasileiros excelentes compositores e cantores, mas que não são lembrados, pois suas músicas não são do “estilo comercial”, mesmo não sendo bregas e ridículas. Por falar nisso, creio que os compositores e cantores mais antigos em especial os de músicas sertanejas, os quais já se foram, revolveriam em seus túmulos se pudessem ouvir o que compõem e cantam hoje em dia.

Finalizando, algumas músicas hodiernas, incluindo vários rítimos, possuem até um balanço legal, mas são cópias grotescas de outras, inclusive internacionais, quanta pobreza, quanta desinteligência, quanta falta de poesia, quantos clichês idiotas, quanta falta de rima, enfim, falta quase tudo. Pensemos bem, nossa cultura musical leva especialmente nossos jovens ao liberalismo exagerado e à libertinagem a qual é confundida com liberdade, nossas músicas falam principalmente do sexo fácil, banal e liberal, não provocam inspirações ou meditações, porém, conduzem ao falso bem da  balada onde é bonito exibir-se com um copo na mão, cheio é claro que alguma substância etílica ou destilada.

José Antônio Soares, 1º Tentente da PM e colaborador do Goiás Interior

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