Honestidade
A honestidade deveria ser há muito tempo uma das principais condições para qualquer político representar a população como vereador, deputado, senador, prefeito, governador ou presidente.
Com certeza a Lei da Ficha Limpa tende a se tornar uma das grandes conquistas do povo brasileiro nos últimos tempos, principalmente quando se percebe que a justiça não consegue alcançar determinados cidadãos, protegidos em sua inviolável e inescrupulosa redoma de poder e dinheiro, onde geralmente está a maioria da famigerada classe política brasileira.
Em duas décadas, presenciamos incontáveis escândalos políticos. Mensalões, dinheiro na mala, na cueca, investigações diversas, cassação de mandatos, renuncias, etc. No entanto, seria alentador se no fim das contas as pessoas envolvidas fossem banidas de vez da vida pública. Seria recompensador se estas pessoas devolvessem o dinheiro roubado do povo! Mas seria fundamental para a auto-estima do cidadão brasileiro ver as leis sendo levadas a serio e estas pessoas tendo como destino, a cadeia. Nada disso aconteceu! Quando no máximo, são incomodados por uma ou outra acusação e dias depois debocham de nossa credulidade em justiça e saem pela porta da frente de delegacias ou outros órgãos de investigação acenando liminares e habeas corpus, conseguidas com incrível facilidade e rapidez.
É preciso reconhecer que não dá pra falar de políticos corruptos que voltam ao poder depois de tantas denuncias, sem fazer antes uma inegável “Mea Culpa” por parte do eleitor. Embora o eleitor não possa adivinhar as reais intenções dos candidatos, o mesmo não se pode dizer quando as figuras já são conhecidas de outros carnavais e voltam ao cenário eleitoral como se nada tivesse acontecido, acreditando na memória curta do brasileiro.
Não é por acaso que muitos políticos envolvidos em escândalos de corrupção conseguem eleger-se novamente. Todos eles são reconduzidos pelo voto popular e democrático que o brasileiro tanto lutou para ter direito e não o exerce de forma correta. Hoje em dia o voto virou moeda de troca, bandeira de protesto imbecil, elegendo verdadeiros “palhaços”, entre outros tantos, sem nenhum compromisso com suas reais obrigações para com o povo.
Não podemos ter a ilusão de que a Lei da Ficha Limpa vai acabar com os maus elementos da nossa política. A Lei apenas irá impedir manobras e atalhos estratégicos que permitam o retorno destes em curto período de tempo, afastando-os temporariamente! Cabe ressaltar que quem se acostuma a fazer da vida pública uma fonte inesgotável de maracutaias, mais cedo ou mais tarde quer voltar em pele de cordeiro e “cheio de boas intenções”.
Partindo desse ponto de vista, precisamos que os eleitores também se tornem “Fichas Limpas”, na forma de pensar e analisar seu voto, uma vez que ele é senhor de suas decisões e precisa ter mais responsabilidade no ato de suas escolhas sob pena de tornar nula qualquer efeito que esta Lei possa trazer a curto e longo prazo
BARTOLOMEU BRAZ PEREIRA (TIM)