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Artigo -

Idealismo ou Vulgaridade

Idealismo ou Vulgaridade

 

 

José Antônio Soares

Há uma grande quantidade de homens que pensam, se é que pensam mesmo, com pensamentos ingênuos, os quais não entendem nem se lhes explicassem alguém com toda singeleza de linguagem a respeito do mistério ou da vida, das possibilidades do aperfeiçoamento humano e da adaptação deste à natureza e aos convívios com seus semelhantes. Para que busquemos aproximarmos da perfeição, visto que nunca atingiremos a perfeita perfeição ou o nirvana, é necessário certo nível ético, deontológico (deveres) e moral, é indispensável certa educação intelectual somada àquela chamada pelos mais velhos de “educação de berço”, caso contrário tal ser humano, o máximo que conseguiria era chegar a ser um fanático, um lunático, um supersticioso, porém, jamais um IDEALISTA. Diga-se de passagem, onde estão os idealistas?

Há muitos homens que vivem abaixo desse nível, (existem muitos medíocres pseudo intelectuais, ou os que se consideram sábios ou inteligentes. Vale ressaltar que o principio da sabedoria é o temor a Deus). Os que vivem abaixo desse nível não adquirem educação, continuam sujeitos aos cabrestos de dogmas lhes imposto por outras pessoas, permanecem escravos de fórmulas travadas pela ferrugem do tempo, suas rotinas, seus conceitos não variam, sua imaginação opaca não concede-lhe enxergar perfeições, no passado, quiçá no futuro, suas mentes estão travadas no estreito horizonte de suas experiências. Quão triste, não podem formar um IDEAL, se não podem formar um ideal, encontrarão em outros uma fagulha que acenderá suas paixões, movidos pelas paixões de outros não passarão de sombras que seguem aos outros sem saber por que e nem para que.

Há uma grande quantidade de homens sem PERSONALIDADE, visto que a personalidade individual inicia-se exatamente no ponto em que cada um se diferencia dos demais, e isto, em muitos homens não passa do simples imaginário, não conseguem concretizar tal idéia, estes, passam pelo mundo escondidos e temerosos, temem até mesmo que outros os censurem  pela ousadia que tiveram de VIVER EM VÃO.

Todos nós temos uma missão transcendental e metafísica sobre a terra, porem vivemos na atmosfera, tão naturalmente quanto uma planta ou um verme, não temos a dignidade de viver a vida com algum ideal que a enobrece. Não vivemos, pois, só vive realmente  aquele que consegue deixar suas marcas nas coisas e nas almas. Não temos prazer na vida, pois o maior prazer é propor uma perfeição e segui-la até a morte. Se não sou capaz de morrer por aquilo que quero, é porque não quero. Não temos biografia, pois passamos uma existência vegetativa. Vale a pena viver se não fazemos uso da vida? Vale a pena viver se não realizamos nada?  Não viveu muito aquela pessoa que contou várias velinhas em seu bolo de aniversário, e, sim aquele que melhor sentiu seus ideais. Será que não seria melhor viver do que perder a vida? Muitos nascem, poucos vivem. Os homens sem PERSONALIDADE são em grande número e não vivem, vegetam, passam despercebidos pela vida e pelos demais.

Nenhum homem pode ser excepcional em todas as suas aptidões, porém, podem sobressair-se em alguma delas, sobressaindo-se em alguma atividade, não entra na vala comum da VULGARIDADE. A vulgaridade é comum a todo ser gregário, o adubo que a faz florescer e desequilibrar a sociedade é a falta do IDEALISMO. A falta do idealismo resulta em vulgaridade, a vulgaridade explode inoportunamente nas palavras ou nos gestos, aniquila sob seus pés quando do espírito surge algo luminoso. A vulgaridade é cega, surda, insensível, rodeia-nos e espreita-nos, alegra-se com o que é grotesco, sobrevive na penumbra movendo-se nas trevas. É para a mente o que os defeitos físicos são para o corpo, deforma e atrofia.

Um homem sem ideais faz da arte ou ofício, faz da ciência um comércio, faz da filosofia um instrumento, faz da virtude uma empresa, faz da caridade uma festa, faz do prazer um sensualismo barato.

A vulgaridade transforma o amor pela vida em frivolidade, a prudência transforma em covardia, o orgulho transforma em vaidade, o respeito transforma em servilismo. Leva à ostentação, à avareza, à falsidade, à avidez e à simulação, ao VAZIO. Quão triste é um ser vazio, cujo espírito não brilha.

Façamos uma introspecção: Há em nós um idealismo? Sabemos, na acepção da palavra o que vem a ser idealismo? Não estamos caminhando para a vulgaridade?  Temos exercido nossas atividades profissionais, sociais, entre outras com idealismo ou com vulgaridade? Quando pensamos em idealismo, englobamos o bem estar próprio ou o bem estar comum? Se nutrimos um pensamento idealista e neste está apenas nosso próprio bem-estar, não somos idealistas e sim individualistas, egocêntricos e medíocres.

Sou um policial tentando cumprir meu desiderato com o propósito de fazer com que a sociedade seja agraciada com o bem estar, com a sensação de poder viver plenamente a liberdade e a segurança, executando, não somente a profissão, mas, o SACERDÓCIO. Sou filho de Goiatuba, e, como todos os goiatubenses desejo ver esta sociedade cada vez melhor, mas, para que isto ocorra é necessário que todos nós façamos a nossa parte.

 

José Antônio Soares é 1º Tenente PM e Comandante do GPT.  

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