Os Maiores Bens do Ser Humano
José Antônio Soares - Capitão da Polícia Militar
Os seres humanos sempre pensaram em possuir bens, acham então que a principal riqueza são os bens materiais. Até mesmo as guerras, muitas delas foram realizadas por motivos pessoais e o objetivo era o acúmulo de riquezas buscando então os chamados despojos. Até mesmo a religião fora usada como motivo para a aquisição de bens, e, ainda hoje assim ocorre, temos o exemplo da inquisição, o exemplo da teologia da prosperidade, os antigos “santos do pau oco”, quem sabe a origem do ditado, sabe o motivo do mesmo, enfim, não faltaram e não faltam motivos para tal propósito.
Não quero dizer que seja errado buscar bens materiais, de certa forma isto passa a ser um “dinamus” que nos conduz a realizar algo, a estudar, a trabalhar, enfim, a gerar formas para adquirirmos até mesmo uma melhor qualidade de vida. O foco da questão é: O que buscamos, porque buscamos, e, acima de tudo, que valor damos a tudo isto. Bens materiais são importantes? Valorizamos muitas vezes e além da conta, inclusive temos a tendência de valorizar as pessoas pelo o que elas possuem, ou seja, “cada um vale o que tem, quem não tem não vale nada”.
O prisma pelo qual queremos olhar neste caso, é o que nos leva a pensar que os bens maiores que temos, ao meu ver, são: Em primeiro lugar, A VIDA. Somos vitoriosos só por estarmos vivendo, visto que, na concepção, milhões de espermatozoides disputam a fecundação de um único óvulo, e, se estamos vivos é porque fomos vencedores na luta intrauterina em busca da fecundação, vencemos vários obstáculos para alcançar a vida. De qual forma estamos usando esta vida que fora tão difícil conquistar? Como compartilhamos da mesma com os demais semelhantes? Aproveitamos bem a vida, sem causar desconforto aos outros ou deixamos que ela passe em brancas nuvens sem procurar realizar aquilo que é proveitoso a nós e aos outros?
O segundo bem mais valioso que temos é a nossa SAÚDE, sem ela nada somos, a falta dela consome a nossa paz, a nossa alegria e até nossos bens materiais. Muitos seres humanos não administram bem sua saúde, vivendo de forma desregrada, sem controle das coisas que faz e do que consome ou ingere. Esbanjamos na juventude, mas, será que administramos bem para uma boa velhice? Visto que precisaremos muito mais da saúde neste período de nossas vidas, eis um alerta, cuidado com tantas noites mal dormidas, com tanta ingestão de substâncias nocivas à saúde, com uma vida totalmente apática. O ser humano não foi feito para ficar parado, inerte e sedentário, ao contrário, é um ser que não pode guardar reservas de energia, precisa gastá-la, a obesidade por exemplo é um acúmulo de reservas, ou seja, sobeja energia ou calorias que não são gastas, a ingestão é maior do que o consumo, portanto, necessitamos sempre “mover o esqueleto”. Cuide-se melhor, lembrando que, faz parte da saúde o bem estar físico e mental, o seu físico e suas atitudes geralmente refletem o seu estado mental, emocional e espiritual.
O terceiro bem: O NOME. Somos observados o tempo todo pelos demais, em nossas condutas e ações, logo, todos podem radiografar a nossa índole e nossa moral, não podemos viver o tempo todo com máscaras, fingindo ser o que não somos de verdade, daí, falarão bem ou mal de nós, aliás, falar mal é fácil, muitos o farão mesmo sem terem motivos para tal. O nome é algo muito interessante, em alguns países a cultura da escolha do nome passa por um processo meio ritualístico e reflete a história das pessoas, ao contrário dos brasileiros que escolhem nomes para seus filhos de forma aleatória, nomes estrangeiros que não tem nada a ver com nossa história e cultura e sem sequer entender a origem ou significado do nome, mas, independente disto, visto que não é esta a questão, e, sim, se temos um nome, temos um tesouro a zelar, visto que este poderá até mesmo perpetuar-se através do tempo e ecoar na história, ou nem sequer ser lembrado ou falado, ou ainda, se falado, sê-lo feito de modo a desdenho, enfim, cuidemos com esmero, orgulho e dedicação de nosso nome, ele é a maior promissória e o melhor cartão de crédito que temos. Infeliz daquele que a pronuncia de seu nome implica em um descrédito total. Lembrando ainda que o nome ou o valor que o nome tem não está ligado aos bens materiais que a pessoa possui, sobreleva-se a isto. Faça o melhor que puder com o seu nome, floresça e frutifique onde quer que fores plantado.