Adeídes Rodrigues Pereira
Mesmo o município realizando Eleição Suplementar em 2013 e o atual prefeito já estar no cargo há mais de um ano, o pleito eleitoral de 2012 insiste em não se encerrar, o que tem imputado um prejuízo ao município incalculável, por mera birra e interesses pessoais, sem que em algum momento as questões coletivas tenham sido colocadas no meio desse debate.
Ao longo desse período (outubro de 2012 para cá), a população goiatubense virou refém de uma sigla partidária sem nada ter com isso. Para entender melhor, essa sigla segundo o Ministério Público Eleitoral teria usado de meios e recursos proibidos pela legislação eleitoral para vencer a eleição e por isso alguns dos eleitos tiveram seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral em Goiatuba e a sentença confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral, em Goiânia. Esse desfecho político colocou o município com a necessidade de realizar um novo pleito eleitoral, o que foi feito em 1 º e setembro de 2013, onde novamente a sigla infringe as regras eleitorais, por isso, voltou a perder o direito de governar o município, mas não se dá por satisfeita e desde de 2012 patrocina uma série de recursos judiciais que não acabam nunca e continuam empurrando o município para o caos.
Esta semana, mais um recurso impetrado pela sigla no TSE voltou a ser movimentado e com isso mais uma avalanche de fofocas, boatos, burburinhos e disse-que-disse se espalharam pela cidade, causando um terror psicológico em quem trabalha ou possui negócio envolvendo a Prefeitura Municipal. Porque quem sai deixa negociações em andamento, quem entra não tem respeito pelas coisas iniciadas pelo outro e impõem prejuízos às empresas e pessoas que nunca nem pensaram em se envolverem no imbróglio sujo e escleroso que se tornou o cenário político de Goiatuba.
Que me perdoe o resto do mundo, mas a falta de respeito e a curtição com nossa cara é tão grande, que só mesmo em Goiatuba é possível que isso aconteça com tamanha desfaçatez. O individuo é cassado pela Justiça Eleitoral, onde a mesma contou com o apoio da Polícia Federal, numa das maiores operações contra o crime organizado para manipular o eleitor do país e ainda tenta se defender sob o instituto jurídico de que não autorizou a gravar as imagens em que aparece – pode?
Os advogados esqueceram apenas de observar o que o presidente do Tribunal Regional Eleitoral à época do julgamento observou - a ousadia dos envolvidos no caso. Ela foi tão grande, que para não pairasse qualquer dúvida sobre o acordo que não poderia ser verbal sob a possibilidade de alguém não sustenta-lo depois, que eles resolveram gravar as negociações em HD, como foi muito bem frisado pelo desembargador no encerramento daquela sessão histórica para o TRE goiano.
Os advogados da sigla tentam justificar que não poderia haver cassação, já que não houve autorização explicita para que os “acordos” ou “conchavos” fossem gravados. E desde quando no submundo um confia no outro? Se houvesse confiança não precisaria ser gravado.
Eles também esquecem que essas provas onde alegam que não houve autorização para gravar já foram descartas pela Justiça Eleitoral em Goiatuba e pelo TRE, pois a condenação foi por outras inúmeras provas, por outros inúmeros fatores e acima de tudo, porque no caso de crime eleitoral há o fator de que não se disputa só e que se forma “chapa”, o instituto do “casamento”, do “mancomunado”, da “comunhão 100%”, de “sócios solidários”, pois não há um sem o outro, independentemente da posição em que estejam.
Por fim, como cidadão goiatubense, espero que o caso ocorrido em 2012 só nos envergonhe por ter acontecido, nunca pelos seus recursos e desdobramentos, mostrando que eleição é coisa séria, que o país o Ministério Público, a Polícia Federal, juízes,desembargadores e ministros ainda possam ser consideradas instituições sérias e o cidadão comum possa caminhar pelas ruas com a consciência e certeza de que se errar, também será punido.