Sua boca
Sozinho, pensamento longe, a mente vaga
Pelo deserto da saudade, onde só uma figura se propaga.
Delineia-se aos poucos de formas imprecisas e misturadas:
Contornos de curvas fartas e semi-retas afiadas.
Da geometria gélida, a cor lentamente despe-se faceira,
De um rubor fugás e lascivo à sombra da lareira,
Morangos, rosas e amoras se confundem
E a luz preciosa, explicita o vermelho, próprio daqueles que seduzem.
A penumbra incita a perder-me no aroma aveludado,
Doce e suave que respiro inebriado.
Ávido e frágil, esperanço-me à extasia
De encontrar-te, saciando o que falta a minha fantasia
O calor que sinto, quando toco,
O gosto que provo, quando beijo
Sua Boca : Meu desejo.
Gustavo Carlos Ferreira,é delegado de polícia e professor da FAFICH