VIVEMOS NO LIMITE
Vivemos no limite da sanidade e da loucura;
Vivemos no limite da saúde e da doença;
Vivemos no limite da pobreza e da riqueza;
Vivemos no limite do certo e do errado;
Vivemos no limite do bem e do mal;
Vivemos no limite do medo e da coragem;
Vivemos no limite do heroísmo e da covardia;
Vivemos no limite da sobriedade e da ebriedade;
Vivemos no limite da claridade e da escuridao;
Vivemos no limite da liberdade e da prisão;
Vivemos no limite da legalidade e da ilegalidade;
Vivemos no limite do amor e do ódio;
Vivemos no limite da constância e da inconstância;
Vivemos no limite da fidelidade e da traição;
Vivemos no limite da paz e da guerra;
Vivemos no limite da estabilidade e da instabilidade;
Vivemos no limite da amizade e da inimizade;
Vivemos no limite da consideração e da desconsideração;
Vivemos no limite do útil e do inútil;
Vivemos no limite da perca e do ganho; entre tantos outros,
Vivemos no limite da vida e da morte.
De todos os limites que vivemos, apenas um deles é uma verdade axiomática, a saber: o limite da vida e da morte, visto que após nosso nascimento, a única certeza que temos é a morte, esta virá até nós, mais cedo ou mais tarde, querendo ou não. Um dia abrir-se-á diante de nós a porta da morte e teremos que passar por seus umbrais.
Todos temem a morte, uns mais outros menos, alguns têm verdadeiro pavor dela, mas, o que adianta temermos, ela virá, fria e sombria.
Somos pelegrinos na terra, por mais que vivemos, nossa estadia aqui é temporária, teremos que cumprir a outra parte de nossas vidas, o nosso desiderato de vida após morte, o espiritual. Como já imaginava o antigo filósofo: platão, o qual definiu o ser humano como sendo composto de forma dualista, de onde surgiu o termo “dualismo platônico”, o qual refere-se ao ser humano como sendo formado de parte física e parte metafísica, a fisica corruptivel, destrutivel e temporária, a metafísica, incorruptivel, indestrutível e eterna. Com o advento do cristianismo, (a metafísica do cristianismo), o apostolo paulo pegou carona com as ideias de platao, referindo-se ao ser humano como sendo composto de corpo e alma (dicotomia), ou, corpo, alma e espirito (tricotomia), tratando de alertar –nos a viver de modo a preservar a nossa vida espiritual (metafísica) e não somente a carnal.
Durante a nossa pelegrinação pela terra, temos a oportunidade de conhecer a deus, o nosso criador, o qual nos formou do pó da terra, portanto, somos pó e ao pó tornaremos, tudo ao nosso redor é pó. A morte espreita-nos o tempo todo, não nos livraremos dela, portanto, temos que estar prontos para encará-la de frente, se bem que não é nada fácil, somente quem já teve o disprazer de sentí-la de perto e observar o quão gélida ela é, que pode discrever mais ou menos tal experiência. Falo com a propriedade de quem já esteve próximo da dita cuja por mais de uma vez. Não podemos negligenciá-la, vacilar e não sermos cautelosos com nossas vidas, afinal, só temos uma, quem tem sete vidas é o gato, e isto é uma fábula.
Esteja pronto, um dia cruzará aquela porta, e com quem quer encontrar-se? Quem te dará as bos vindas ao mundo metafísico? Será deus ou o diabo?
O texto é frio, mas, é tão real quanto a morte.
José Antonio Soares – 1º Tenente PM.