Todo fim de ano eu me pergunto: por que o Natal tem que ser só um dia? Quando chega dezembro, tudo se modifica. O mundo fica mais bonito. As ruas se enchem de cores; edifícios, igrejas, praças se enfeitam como se fossem a uma festa. As pessoas cercam suas casas de um brilho especial, o mesmo brilho emprestado de seus olhos. Natal deveria ser o ano inteiro.
Natal é dia de amor, de amizade entre as pessoas. As famílias se reúnem, se perdoam. O homem muda por instante seu coração, deixa de pensar em si para pensar em seus semelhantes. E nesse clima de fraternidade, distribui presentes, sorrisos, palavras de conforto e de carinho. Distribui alegrias. É quando o ser humano mais se aproxima de Deus. Então, o ano inteiro deveria ser Natal.
Natal é vida nova. Novos planos são traçados, velhos planos são refeitos. A esperança chega de repente, como por encanto, e a vontade de viver faz pequenas as dificuldades, inexistentes os abismos, faz possível o mais louco sonho. O medo do fracasso se esconde para voltar alguns dias depois quando a paz e a felicidade deixarem de cair, feito blocos de neve, sobre a terra. Natal deveria ser o ano inteiro.
Natal é esperado por todas as crianças como o mais belo dos belos dias do ano. Mais que aniversário, mais que o primeiro dia de férias, mais que o seu próprio dia. Sem dúvida haverá presentes, vovô, vovó, beijos e abraços. Até mesmo as crianças esquecidas pela sorte sabem da possibilidade de encontrarem por aí um coração generoso, que nessa época se multiplica. Por tudo isso e muito mais, o ano inteiro deveria ser Natal.