O Inventor do Asfalto
Sabe-se que a invenção da lâmpada coube a Thomas Edison; que o para-raios foi desenvolvido por Benjamim Franklin; que o revólver é façanha de Samuel Colt; que ao falar alô muitas vezes as pessoas falam, brincando, Graham Bell; que até as crianças reconhecem aquele chapéu de Dumont e, imediatamente, o associam ao invento do avião. E se alguém interessar, irá descobrir que John Walker foi quem riscou um fósforo pela primeira vez. Entretanto, nunca ouvi dizer, em lugar algum pude ler quem foi o inventor do asfalto. É isso mesmo! O asfalto é uma invenção magnífica, maravilhosa, extraordinária!
Ninguém parou antes para pensar nisso, mas eu aqui, numa região cercada por pequenos sítios e fazendas e, consequentemente, por estradas vicinais, reconheço a cada dia a importância dele e de quem o concebeu.
Se faz sol, lá vou eu comendo poeira por essas “estradas de chão”, subindo e descendo ladeiras, numa viagem de horas que poderia ser feita em minutos. Se chove é pior, o caminho se alaga e a distância se alonga. Então, aos trancos e barrancos, lá vou eu ziguezagueando pela lama.
Agora, quando estou no asfalto tudo é diferente. Eu ligo o som e viajo... Sinto que deslizo no ar. Quem me olha só vê sorrisos. Lamento se chego, e quero logo voltar. Por isso e por mais eu preciso saber quem foi o inventor do asfalto, preciso saber quem fez essa estrada de sonhos que, bem conservada, faz real a minha felicidade. Se não descobrir, quero registrar aqui o meu reconhecimento pelo bem prestado a toda humanidade e, em pensamento, levar a minha profunda admiração a tão ilustre e desprezado inventor.