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O Tatú e a Cobra

Há alguns dias, vi pousar numa varanda, e sobre uma bancada de madeira, um sabiá, lindo, na sua plumagem amarelo e preto, tranquilo, compartilhando com as pessoas próximas, um ambiente de “amigos”...

Disso, me veio o pensamento, de como as pessoas evoluíram, e os pássaros responderam a essas mudanças, perdendo o medo do homem.

Das recordações da minha infância, me veio à lembrança, que a vaidade dos moleques era ter no pescoço um estilingue, e, no bolso um punhado de pedrinhas... Suas caçadas prediletas eram as “pombas do

bando”... Mas, a dificuldade para o pretenso caçador, é que a caça voava, a qualquer aproximação de pessoas...

Isso tudo, foi, ao correr dos anos, deixando de ser uma diversão, e os computadores e videogames passaram a dominar o tempo dos jovens...

A melhoria do padrão de vida do brasileiro, também fez com que a desesperada caça de pequenos animais, que faziam parte da sua alimentação, deixasse de existir...

No entanto, nos anos sessenta e setenta aqui na zona rural do município de Goiatuba, existiam os caçadores de tatu...

Era, em parte, necessidade de alimento, mas também, um esporte de caipiras...

Eles saiam pela noite, munidos de lanternas e cachorros, nas “palhadas” de milho, atrás do inofensivo animal.

Ao perceber a aproximação do perigo, o tatu corria, entrando no primeiro buraco existente...

Aí, o tatu passava sobre uma cobra, que  lá  já estava, esfregando  e maltratando-a, com suas delicadas patas e unhas...

Vinha, em seguida, a mão do caçador, em busca de agarrar o rabo do tatu...

O “macete” era agarrar o tatu, e enfiar um pauzinho no seu fiofó... E então, o infeliz animal, destravava, e seria puxado para fora do buraco...

Mas,... Ali estava a cobra!...

Imagine o tamanho da boca, da preza, e da raiva da cobra!...

A sequência era um grito de dor, e depois, um dedo necrosado, que o médico teria de amputar...

 

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