Quintal no centro da cidade cheio de criadouros
Boatos sobre dengue assustam população
Mesmo sendo um problema relacionado aos maus hábitos e principalmente a falta de higiene das pessoas, a dengue continua fazendo estrago mesmo estando nós na segunda década do século 21.
Segundo autoridades das áreas sanitárias, epidemiológicas e médicas, o problema persiste devido a erros comuns cometidos pelas pessoas e que não deveriam mais existir, do tipo, cisternas e fossas abertas, caixas de gordura mal tampadas e sem higienização correta, vasos de plantas com pratos d’água e principalmente o descarte errado de resíduos (lixo) que se transformam em criadouros do mosquito aedes aegypti.
Todavia, nos últimos dias uma série de boatos de que algumas mortes ocorridas em Goiatuba haviam sido de pessoas contaminadas com dengue colocou não só a população em alerta, mas todas as autoridades ligadas à área de saúde e do controle epidemiológico.
Nossa reportagem tomou conhecimento de pelo menos dois casos relatados pelos populares e procurou a Secretaria de Saúde para esclarecer os fatos. Segundo Marli Aparecida Chaves Siqueira, responsável pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológico e Marcos Antônio da Silva, responsável pela FUNASA (antiga Sucam), a dengue é uma realidade em Goiatuba, inclusive com casos confirmados. Em 2011, foram notificados ao Núcleo 174 (até novembro), dos quais 64 foram confirmados. Há 12 casos aguardando resultado dos exames que são feitos em laboratórios especializados, dentre esses, 1 caso específico que culminou na morte de uma mulher está sob investigação.
Segundo eles, a Secretaria e a FUNASA estão desenvolvendo uma grande frente de trabalho para evitar que novos casos venham acontecer (caso o resultado seja positivo). Foi compro telas para cobrir caixas d’água, estão sendo feitas as visitas com os agentes que procuram orientar a população de sua responsabilidade no combate ao mosquito.
Segundo Marli e Marcos, a obrigação de manter os quintais limpos, sem lixo ou vasos acumulando água, cisternas e fossas tampadas é da própria população e que se ajudarem já será uma grande ajuda nesta guerra,
Eles revelaram que ferro velhos, borracharias e pequenas reciclagem tem sido um dos grandes problemas enfrentados pelas equipes de trabalho, já que os locais são propícios para reprodução do mosquito e na maioria das vezes os proprietários não contribuem para o combate.
Marli alertou ainda que a própria população pode participar não só do combate, mas também das notificações dos possíveis casos. Para notificar, a pessoa ao ver um amigo, parente ou vizinho com os sintomas da dengue deve ligar para o Núcleo de Vigilância Epidemiológico ou para a FUNASA através dos telefones 3495-6558, 3495-0039 e 3495-0057.
Outro ponto destacado pela equipe é que mesmo sob tanta orientação as pessoas ainda teimam em se medicar. No caso do sintoma de dengue, eles alertam que o melhor é procurar ajuda de um médico na unidade de saúde mais próxima, só se medicando sob orientação desse profissional.
Para enfrentar o problema antes que ele possa se agravar, o Núcleo e a FUNASA firmaram parceria com as demais secretarias para desenvolverem ações conjuntas. A FUNASA está desenvolvendo o Projeto “Agente Mirim” junto as unidades escolares para que eles ajudem a cuidar de seus quintais. Também está sendo dentro dos órgãos públicos a figura do “Agente Dengueiro”, ele será responsável por fiscalizar o seu ambiente de trabalho e multiplicar as ações de que todos podemos fazer nossa parte. A idéia é a partir de janeiro levar este projeto para as empresas privadas.
Homem contaminado com a dengue hemorragica